26 de out. de 2011

O Novo Led Zeppelin



Poderia ser facilmente designado assim o novo projeto de Jack White, frontman da banda White Stripes, que ficou famosa por ter somente dois integrantes, por ter uma mulher nas baquetas, e pela música Seven Nation Army, entre outras coisas. Pois o Selton Mello... quer dizer, Jack White um dia resolveu montar uma banda, digamos, mais convencional. Convidou uns amigos e nascia assim a banda The Raconteurs, que lançava seu primeiro álbum nos idos de 2006, intitulado Broken Boy Soldiers.

Mas a maioridade musical veio com o álbum seguinte, lançado em 2008. Consoler of the Lonely mostra toda a evolução musical de Jack White e companhia. É um trabalho maduro, conciso, diversificado, e muito, mas muito bom. A sonoridade do disco é o que mais chama atenção. Em uma primeira audição, jura-se estar ouvindo algum disco de uma banda que ficou perdida nos anos 70. A influência de bandas setentistas é notável do início ao fim, especialmente do lendário Led Zeppelin. Aliás, acho que se Robert Plant e companhia se reunissem novamente e gravassem um disco, ele ia soar exatamente como Consoler of the Lonely.


Ouça por exemplo a faixa Rich Kids Blues e diga se não é a cara do Led. A levada meio country, a maneira como a banda usa o teclado, e principalmente: o vocal. O jeito de cantar nesta música lembra muito o de Robert Plant, é incrível a semelhança, até pensei se não seria uma cover de alguma música que eu desconhecia da banda. Mas apesar desta sonoridade, o disco é bastante versátil, e consegue ter uma identidade própria. A faixa que abre o disco e dá nome ao mesmo, por exemplo, é uma porrada, uma das melhores composições, a música é toda quebrada, cheia de mudanças no ritmo, desde seu início, e o resultado é fantástico, mesclando partes mais rápidas com outras mais lentas.



Os outros destaques ficam por conta da animada Salute Your Solution, a levada quase country de Top Yourself, a belíssima melodia de Many Shades of Black, a complexidade de Carolina Drama e o belíssimo teclado da baladinha You Don't Understand. Mas não pense que as outras faixas deixam por menos. O disco é absolutamente perfeito, nenhuma faixa deixa a desejar. O mais interessante na banda é o uso de diferentes recursos e instrumentos, desde riffs de guitarra, passando por frases só de violão, belíssimas passagens de teclado, uso de metal, além de um excelente trabalho vocal, com os dois guitarristas e o baixista se revezando nos mesmos.


Enfim, The Raconteurs, nome que vem do francês e se refere aos contadores de história medievais é um bom exemplo de como fazer rock setentista sem soar datado, e tem tudo pra se tornar um dos grandes nomes do estilo na atualidade. Ouça e confira!

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