1 de set. de 2009

Malditas Aranhas!

O impossível povoa a imaginaçao humana. O cinema é a prova. Alienígenas, monstros, catástrofes e coisas do gênero abundam nos telões. E o desafio é sempre contar a história de um modo que a razão humana admita que, de alguma forma, aquele acontecimento poderia realmente ter acontecido. Os produtores cada vez mais se especializam nisto, e os resultados são filmes cada vez mais bem cuidados, que conseguem fazer de uma idéia aparentemente estúpida uma realidade plausível.


Neste quesito, um clássico do cinema são os filmes que tratam da temática dos insetos gigantes. É aquela velha história de insetos que entram em contato com material radioativo, e começam a crescer em proporçoes monstruosas. Lembram do clássico Tarântula? Tal idéia, de tanto ser banalizada por filmes do tipo B, acabou passando a fazer parte do roll de idéias ridículas do cinema. Mas a curiosidade humana sobre tais possibilidades continua. Afinal de contas, por mais estúpida que tais idéias possam parecer, todos nós acabamos nos rendendo a curiosidade de querer saber como seria se tal fato realmente acontecesse. Este nao é o real sentido de se ver um filme de ficçao científica qualquer? Responder a perguntas do tipo: como seria se pudéssemos viajar pelo espaço, para galáxias distantes, ou como seria se pudéssemos reviver os dinossauros, ou ainda perguntas históricas, por exemplo como seria se as lendas sobre as múmias realmente existissem?

Conhecemos vários filmes que tentam responder a estas perguntas, e mostrar como seria se estas coisas acontecessem. Um deles é Malditas Aranhas!, que tenta mostrar como seria se aranhas crescessem além do normal e se tornassem gigantescas. E o filme responde a esta pergunta de uma forma bastante interessante. A história é aquela mesma de sempre, do lixo radioativo, um criador de aranhas, e tudo o mais. Mas um dos diferenciais deste filme é que ele não se restringe a apenas um tipo de aranhas, mas sim várias espécies diferentes são mostradas, o que demonstra uma pesquisa minunciosa sobre o habitat destas criaturas. E os efeitos especiais fazem o restante, dando um toque de realismo incrível a todas elas.

Mas apesar disto, todos os clichês e chavões de filmes deste tipo estão lá. Personagens caricatos, falas estúpidas, reaçoes previsíveis e tudo mais. São tantos os casos, que parece até que são propositais. E acredito mesmo que sejam. Mas longe de estragar ou denegrir o filme, pelo contrário, os clichês dao um toque cômico. O filme inteiro transita numa fina linha entre o ridículo e a seriedade, e acho que por isto mesmo consegue ser bom. Uma aventura de "terror" descompromissada, e que me fez lembrar dos velhos filmes de terror da minha infância. Basta olhar para a cena em que uma aranha e um gato brigam por dentro do forro da casa, fazendo marcas na parede como aqueles desenhos do Tom & Jerry; ou a cena em que motoqueiros sao perseguidos no deserto por aranhas saltadoras, aliás, a melhor cena do filme.

As aranhas estão muito bem feitas, e além das saltadoras, tem umas que se camuflam embaixo da terra para pegar de surpresa suas presas, umas que os machos encasulam suas presas ainda vivas para levar para o ninho e servir à fêmea, que tem 3 vezes o tamanho do macho, e nem precisa dizer que é a grande vilã do filme; e é claro não poderia faltar a Tarântula gigante. Contra este exército de aracnídeos famintos, um time de personagens pra lá de caricatos, entre eles o casal romântico de heróis que salvam tudo no final, o garoto nerd que sabe tudo de aranhas (tinha que ser um garoto, pra que ninguém acreditasse nele no começo), a filha rebelde e teimosa, o prefeito que só se preocupa com dinheiro, mesmo quando está prestes a ser devorado por uma aranha gigante, e o louco paranóico que acha que os alieníginas estao atacando. Como eu já disse, é um filme aparentemente tosco e sem graça (como o próprio cartaz faz parecer), mas que pode surpreender e trazer bons momentos de diversão.


LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...